Eu entendo a politica e sempre a entendi, como uma forma de contribuir para o bem estar colectivo, necessitando para tal de se desenvolver estratégias e adoptar mecanismos de modo a verificarem-se acções práticas.
Dentro das minhas possibilidades e limitações enquanto autarca, procuro dar seguimento a esse desígnio, ciente das dificuldades. Exerço um cargo de deputado municipal, que é um órgão que, de forma ordinária reúne 5 vezes por ano e segundo a lei, para fiscalizar a actividade da Câmara, participar na votação de um conjunto de documentos importantes para a governação concelhia e pouco mais, além do "debate em torno de questões locais".
Em Seia como se sabe, o PS é o partido maioritário, quer na Câmara, quer na Assembleia, para não falar das freguesias. Esta realidade pode ser confortável para o Partido Socialista e é, do ponto de vista político, no entanto exige um redobrado empenhamento, sobretudo para aqueles que como eu se interessam em desempenhar o seu papel de modo a influenciar o rumo da governação e assim ver implementar acções práticas no quadro do desenvolvimento. É que, como se sabe, há várias formas de intervir na política e uma delas é sem dúvida a arte da influência.
Não está em questão, dizer aqui se tenho muito ou pouco êxito nessa matéria, tão simplesmente cabe lugar à reflexão sobre o que é que cada um de nós tem feito ou pretende fazer para mudar o rumo, estando dentro ou fora das maiorias. Uma coisa é certa, eu faço política com sentido de missão e postura “activista”, que julgo suficiente para, partindo do humilde lugar que ocupo, ajudar na empreitada deste concelho. E não me inibo de o fazer, seja em situações favoráveis ou em ambientes adversos.
Porque acredito que é possível melhorar cada vez mais e porque continuo a entender que todos somos poucos para a “empreitada”, não desarmo. Na Assembleia, como noutro qualquer lugar, exercendo a democracia saudável e uma cidadania cada vez mais aliciante, procuro sempre ser produtivo, construtivo, criativo e dinâmico. E digo isto porque entendo que é necessário dizermos o que pensamos, sem receio de interpretações obtusas. Eu sou daqueles que luta pelos seus ideais e não se inibe com o terror do “dia seguinte” porque o que faz é de cara levantada, ainda que por vezes remando contra a maré.
Entristece-me, por exemplo ouvir um jovem dizer que falta em Seia alguma liberdade (entrevista de Luís Monteiro em http://oceanodepalavras.blogspot.com ) e não me inibo de o dizer. Pode parecer uma tirada sem valor, uma expressão infeliz ou uma frase inocente mas surge carregada de um simbolismo atroz, que nos deve fazer reflectir a todos. Daí o peso desta curta declaração, já aqui e ali ouvida e transmitida. E Seia não pode ir por aí, daí eu entender que não podemos nem devemos inibir-nos de intervir na causa pública, independentemente dos interesses de cada um. Os interesses são legítimos. A sociedade move-se de interesses e isso não é condenável, o que pode ser censurável é não haver declaração de interesse! Se cada um disser ao que vai, ninguém pode levar a mal.
Quanto ao resto, acredito no futuro e por isso acredito na mudança que nos leva a um dinamismo empenhado e alastrado no combate ao marasmo.
Por isso eu digo e finalizo: "Na política como no resto, o que nos salva é,... não ter medo e contribuir para a mudança!